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Síndrome hemolítica urêmica atípica (SHUa)

O que é a síndrome hemolítica urêmica atípica (SHUa)?

A síndrome hemolítica urêmica atípica (SHUa) é um tipo raro de microangiopatia trombótica (MAT). A MAT é um tipo de doença sanguínea, onde se observam danos nos vasos sanguíneos menores do corpo (capilares). Estes vasos sanguíneos podem ser encontrados dentro de órgãos vitais, como os rins, intestinos, coração e/ou cérebro.

Em doentes diagnosticados com SHUa, a MAT é causada por uma ativação excessiva do sistema complemento do organismo. O sistema complemento é uma cascata com mais de 30 proteínas que se tornam ativas por meio de diversas vias. O sistema complemento atua em diversas funções, incluindo a defesa imunológica contra patógenos invasores e a remoção de detritos celulares e células não saudáveis. O sistema complemento é regulado de forma precisa e frequente. Um sistema complemento desregulado pode causar doenças humanas. A SHUa pode ser desencadeada em indivíduos saudáveis por eventos como infecção, gravidez ou trauma. Pequenos coágulos sanguíneos (microtrombos) se formam nos capilares. Esses microtrombos bloqueiam o fluxo de sangue para órgãos, como os rins, causando danos e até mesmo insuficiência dos órgãos. A SHUa pode ocorrer apenas uma vez ou se tornar uma doença crônica. Existem muitas diferenças entre a gravidade e a duração da doença em cada pessoa.

O que causa a SHUa?

Sabe-se que cerca de 60% a 70% dos casos de SHUa resultam de anomalias identificáveis (ou seja, genéticas ou adquiridas) em partes do sistema complemento. Para os 30% restantes de pacientes com diagnóstico de SHUa, a causa inicial da doença ainda não é totalmente compreendida.

Quem pode ser afetado pela SHUa?

A SHUa é extremamente rara, com menos de 2 casos diagnosticados por milhão de pessoas anualmente. A SHUa pode se manifestar de maneiras muito distintas em pessoas diferentes, especialmente quando se considera a gravidade da doença, os sinais/sintomas físicos, a genética individual e as necessidades dos pacientes em relação ao trabalho e/ou à escola.

Embora se acredite que a SHUa ocorra principalmente em crianças, cerca de metade de todos os casos são diagnosticados em adultos. A idade média de diagnóstico é de 34,5 anos de idade em adultos e 4,5 anos de idade em crianças. Nos adultos, a SHUa ocorre com uma frequência 2-3 vezes maior em mulheres do que em homens.

Nas crianças, a proporção de pacientes do sexo feminino em relação ao sexo masculino é aproximadamente igual.

Quais são os sintomas e as complicações da SHUa?

Em crianças, o gatilho mais comum de um episódio de SHUa é a diarreia (39% dos doentes), seguida de infecções respiratórias (8%). Em adultos, os gatilhos mais comuns são gravidez (20% das pacientes), diarréia (15%) e infecções respiratórias (1%).

As pessoas com SHUa muitas vezes apresentam complicações renais. Algumas podem também ter sintomas neurológicos, como cefaleias, perda de visão, perda de consciência e aumento do risco de AVC. Geralmente, a doença surge repentinamente e, devido à sua natureza de progressão rápida, muitos pacientes são hospitalizados no momento do diagnóstico. Esses sintomas tornam o diagnóstico e o tratamento da SHUa muito difíceis. As crianças pequenas, em particular, podem ainda estar desenvolvendo suas capacidades linguísticas, dificultando a comunicação de seus sintomas.

Qual é o tratamento para a SHUa?

O objetivo do tratamento da SHUa é estabilizar os sintomas agudos e prevenir a recidiva da doença no longo prazo. Porém, nem todas as opções de tratamento estão disponíveis em todos os países:

Tratamentos com inibidores de C5

Se disponíveis, os inibidores de C5 têm se tornado o tratamento de referência para pacientes diagnosticados com SHUa. Esses anticorpos monoclonais são "fármacos específicos" que se fixam à proteína C5 (crítica para o sistema complemento) e a neutralizam, evitando danos adicionais ao tecido saudável.

Plasmaférese

Embora não seja tão eficaz quanto os inibidores de C5, a plasmaférese continua sendo o principal método de tratamento em muitos países sem acesso à terapia com inibidores de C5. Infelizmente, ela não mostrou benefícios consistentes em pacientes diagnosticados com SHUa, com quase metade de todos os pacientes progredindo para insuficiência renal e/ou morte.

Tratamento de apoio

A transfusão de sangue é um procedimento médico, em que são administrados hemoderivados doados (por exemplo, plasma) por via intravenosa (através de um tubo inserido na veia do paciente).

O manejo da pressão arterial pode incluir tomar medicamentos para controlar a pressão arterial do paciente enquanto os rins estão lesionados.

A diálise é um tratamento médico no qual uma máquina remove resíduos e excesso de fluido corporal de um paciente em caso de insuficiência renal.

O transplante de rim (ou renal) é um procedimento cirúrgico realizado em pacientes que apresentam lesões graves nos rins devido à SHUa. Ele consiste na substituição dos rins pelo órgão de um doador. No entanto, a SHUa com frequência volta a ocorrer, danificando o novo rim.

O que é pesquisa clínica?

Na pesquisa clínica, voluntários, pesquisadores e profissionais médicos trabalham juntos em direção a um objetivo compartilhado: melhores resultados de tratamentos para os pacientes. Os ensaios clínicos são vitais para o seu processo. Eles são cuidadosamente projetados e seguem protocolos aprovados.

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